Esta
Situação de Aprendizagem tem como objetivo discutir a importância do discurso
pronunciado por Martin Luther King em 28 de agosto de 1963, durante a Marcha de
Washington por Emprego e Liberdade. Importante momento na história do Movimento
Americano pelos Direitos Civis, esse discurso será referência para uma reflexão
sobre questões sociais brasileiras.
Leitura e
análise de texto
O
contexto da luta
Pela atual Constituição brasileira,
promulgada em 1988, o racismo é considerado crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão; porém, nem sempre foi assim. Nos
Estados Unidos da América, desde o final do século XIX, muitos Estados adotavam
a política do “separados, mas iguais”; na prática, isso significava que nos
espaços públicos, como meios de transporte, restaurantes e escolas, negros e
brancos ficavam separados. Além disso, os salários dos negros eram menores que
os salários dos brancos que desempenhavam as mesmas funções. Inconformados com
essa discriminação, os negros estadunidenses intensificaram sua luta pela
igualdade civil.
Nessa luta, destacou-se Martin
Luther King, um pastor protestante que liderou a luta de negros estadunidenses
em defesa de seus direitos civis, nas décadas de 1950 e 1960. Ele pregava a
resistência não violenta, como boicotes dos negros a linhas de ônibus e
estabelecimentos comerciais nos quais houvesse discriminação, além de passeatas
e marchas.
Em 28 de agosto de 1963, em
Washington, capital do país, Martin Luther King organizou uma marcha que chegou
a reunir 250 mil pessoas, a fim de pressionar o governo a implementar leis de
igualdade dos direitos civis. Na escadaria do Lincoln Memorial, um monumento em
homenagem ao presidente Abraham Lincoln, ele pronunciou seu famoso discurso,
popularmente intitulado I have a dream (“Eu tenho um sonho”), pois essa
frase foi repetida pelo pastor diversas vezes. Nesse discurso, ele pregava a
união e a coexistência pacífica entre brancos e negros. Era esse o seu sonho.
Em 1964, foi aprovada a Lei dos Direitos
Civis, que tornou ilegal a discriminação racial em instalações públicas; Luther
King recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Elaborado por Mônica Lungov Bugelli especialmente para o São Paulo faz
escola.
Discurso
“Eu tenho um sonho” (trecho)
“(...) Eu
tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e experimentará o verdadeiro
significado de sua crença:
‘Acreditamos
que essas verdades são evidentes, que todos os homens são criados iguais’(Sim).
Eu tenho
um sonho de que um dia, nas encostas vermelhas da Geórgia, os filhos dos
antigos escravos sentarão ao lado dos filhos dos antigos senhores, à mesa da
fraternidade.
Eu tenho
um sonho de que um dia até mesmo o estado do Mississippi, um estado sufocado
pelo calor da injustiça, sufocado pelo calor da opressão, será um oásis de
liberdade e justiça.
Eu tenho
um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação onde
não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter
(Sim,Senhor). Hoje, eu tenho um sonho!
Eu tenho
um sonho de que um dia, lá no Alabama, com o seu racismo vicioso, com o seu
governador de cujos lábios gotejam as palavras ‘intervenção’ e ‘anulação’, um
dia, bem no meio do Alabama, meninas e meninos negros darão as mãos a meninas e
meninos brancos, como irmãs e irmãos. Hoje, eu tenho um sonho.
Eu tenho
um sonho de que um dia todo vale será alteado (Sim) e toda colina, abaixada;
que o áspero será plano e o torto, direito; ‘que se revelará a glória do Senhor
e, juntas, todas as criaturas a apreciarão’ (Sim).
Esta é a
nossa esperança, e esta a fé que levarei comigo ao voltar para o Sul (Sim).
Com esta
fé, poderemos extrair da montanha do desespero uma rocha de esperança (Sim).
Com esta
fé, poderemos transformar os clamores dissonantes da nossa nação em uma bela
sinfonia de fraternidade.
Com esta fé (Sim,
Senhor), poderemos partilhar o trabalho, partilhar a oração, partilhara luta,
partilhar a prisão e partilhar o nosso anseio por liberdade, conscientes de que
um dia seremos livres.
E esse será o dia, e esse será o dia em que
todos os filhos de Deus poderão cantar com um renovado sentido. (...)”
Martin
Luther King, discurso “Eu tenho um sonho”. Proferido na Marcha sobre
Washington, D.C., por Trabalho e Liberdade, em 28 ago. 1963. In: Um apelo à consciência:
os melhores discursos de Martin Luther King. Selecionado e organizado por
Clayborne Carson e Kris Shepard. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. p. 73-76.
1.
De acordo com o texto 1, nos Estados Unidos se adotava a política do “separados mas
iguais”. O que significava isso?
2.
Quem foi Martin Luther King?
3.
Qual foi o fato mais importante protagonizado por Martin Luther
King?
4.
Por que ele disse “Eu tenho um sonho”?
5.
A partir da leitura do texto 2, no qual Martin Luther King relata o seu
sonho, identifique os problemas enfrentados pelos negros dos Estados Unidos
naquela época.
Nenhum comentário:
Postar um comentário