sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Eu Tenho um Sonho 1EM História

Esta Situação de Aprendizagem tem como objetivo discutir a importância do discurso pronunciado por Martin Luther King em 28 de agosto de 1963, durante a Marcha de Washington por Emprego e Liberdade. Importante momento na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis, esse discurso será referência para uma reflexão sobre questões sociais brasileiras.

Leitura e análise de texto
O contexto da luta
            Pela atual Constituição brasileira, promulgada em 1988, o racismo é considerado crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão; porém, nem sempre foi assim. Nos Estados Unidos da América, desde o final do século XIX, muitos Estados adotavam a política do “separados, mas iguais”; na prática, isso significava que nos espaços públicos, como meios de transporte, restaurantes e escolas, negros e brancos ficavam separados. Além disso, os salários dos negros eram menores que os salários dos brancos que desempenhavam as mesmas funções. Inconformados com essa discriminação, os negros estadunidenses intensificaram sua luta pela igualdade civil.
            Nessa luta, destacou-se Martin Luther King, um pastor protestante que liderou a luta de negros estadunidenses em defesa de seus direitos civis, nas décadas de 1950 e 1960. Ele pregava a resistência não violenta, como boicotes dos negros a linhas de ônibus e estabelecimentos comerciais nos quais houvesse discriminação, além de passeatas e marchas.
            Em 28 de agosto de 1963, em Washington, capital do país, Martin Luther King organizou uma marcha que chegou a reunir 250 mil pessoas, a fim de pressionar o governo a implementar leis de igualdade dos direitos civis. Na escadaria do Lincoln Memorial, um monumento em homenagem ao presidente Abraham Lincoln, ele pronunciou seu famoso discurso, popularmente intitulado I have a dream (“Eu tenho um sonho”), pois essa frase foi repetida pelo pastor diversas vezes. Nesse discurso, ele pregava a união e a coexistência pacífica entre brancos e negros. Era esse o seu sonho.
             Em 1964, foi aprovada a Lei dos Direitos Civis, que tornou ilegal a discriminação racial em instalações públicas; Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
                                         Elaborado por Mônica Lungov Bugelli especialmente para o São Paulo faz escola.


Discurso “Eu tenho um sonho” (trecho)
“(...) Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e experimentará o verdadeiro significado de sua crença:
‘Acreditamos que essas verdades são evidentes, que todos os homens são criados iguais’(Sim).
Eu tenho um sonho de que um dia, nas encostas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos sentarão ao lado dos filhos dos antigos senhores, à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho de que um dia até mesmo o estado do Mississippi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, sufocado pelo calor da opressão, será um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter (Sim,Senhor). Hoje, eu tenho um sonho!
Eu tenho um sonho de que um dia, lá no Alabama, com o seu racismo vicioso, com o seu governador de cujos lábios gotejam as palavras ‘intervenção’ e ‘anulação’, um dia, bem no meio do Alabama, meninas e meninos negros darão as mãos a meninas e meninos brancos, como irmãs e irmãos. Hoje, eu tenho um sonho.
Eu tenho um sonho de que um dia todo vale será alteado (Sim) e toda colina, abaixada; que o áspero será plano e o torto, direito; ‘que se revelará a glória do Senhor e, juntas, todas as criaturas a apreciarão’ (Sim).
Esta é a nossa esperança, e esta a fé que levarei comigo ao voltar para o Sul (Sim).
Com esta fé, poderemos extrair da montanha do desespero uma rocha de esperança (Sim).
Com esta fé, poderemos transformar os clamores dissonantes da nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade.
Com esta fé (Sim, Senhor), poderemos partilhar o trabalho, partilhar a oração, partilhara luta, partilhar a prisão e partilhar o nosso anseio por liberdade, conscientes de que um dia seremos livres.
 E esse será o dia, e esse será o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com um renovado sentido. (...)”

Martin Luther King, discurso “Eu tenho um sonho”. Proferido na Marcha sobre Washington, D.C., por Trabalho e Liberdade, em 28 ago. 1963. In: Um apelo à consciência: os melhores discursos de Martin Luther King. Selecionado e organizado por Clayborne Carson e Kris Shepard. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. p. 73-76.

1.     De acordo com o texto 1, nos Estados Unidos  se adotava a política do “separados mas iguais”. O que significava isso?
2.     Quem foi Martin Luther King?
3.     Qual foi o fato mais importante protagonizado por Martin Luther King?
4.     Por que ele disse “Eu tenho um sonho”?
5.      A partir  da leitura do texto 2,  no qual Martin Luther King relata o seu sonho, identifique os problemas enfrentados pelos negros dos Estados Unidos naquela época.





Nenhum comentário:

Postar um comentário